Quinta-feira, 26 de Junho de 2008
CONSULTA PÚBLICA EDP
A EDP, organização chefiada por um tal de Mexia (endeusado por uns poucos como gestor da moda, mas de muito má memória para uns largos milhares, entre os quais me conto...), em conluio claro com uma tal de Entidade Reguladora teve a brilhante ideia de querer imputar aos clientes que pagam as suas facturas as faltas de pagamento dos caloteiros.A propósito deste assunto, recebi o mail que reproduzo abaixo, declarando desde já que se esta proposta for avante, deixo de pagar a conta de EDP - alguém a pagará por mim.....Caros Concidadãos e amigos,Esta malta pretende pôr os cidadãos comuns, bons e regulares pagadores, a pagar as dívidas acumuladas por caloteiros clientes da EDP, num total de 12 milhões de euros e, para o efeito, a entidade reguladora está a fazer uma consulta pública que encerra em meados de Julho. Em função dos resultados desta consulta será tomada uma decisão. Esta consulta não está a ser devidamente divulgada nem foi publicitada pela EDP, pelo menos que eu saiba. A DECO tem protestado, mas o processo é irreversível e o resultado desta consulta irá definir se a dívida é não paga pelos clientes da EDP. A DECO teme que este procedimento pegue e se estenda a todos os domínios da actividade económica e a outras empresas de fornecimento de serviços (EPAL, supermercados, etc.). Há que agir rapidamente. Basta enviar um e-mail com a nossa opinião, o que também pode ser feito por fax ou carta mas não tenhos os elementos.Peço que enviem o mail infra e divulguem o mais possível, para bem de todos nós cumpridores. Enviar para: consultapublica@erse.pt" Exmos Senhores:Pelo presente e na qualidade de cidadão e de cliente da EDP, num Estado que se pretende de Direito, venho manifestar e comunicar a Vªs Exªs a minha discordância, oposição e mesmo indignação relativamente à "proposta" que considero absolutamente ilegal e inconstitucional de colocar os cidadãos cumpridores e regulares pagadores a terem que suportar também o valor das dívidas para com a EDP por parte dos incumpridores.. Com os melhores cumprimentos, Aqui fica o link do documento justificativo, página 47.
http://www.erse.pt/NR/rdonlyres/94D168B9-654C-495E-ABFF-559A79CF000E/0/RT_SE_DocJustificativo.pdf
De Raul a 7 de Julho de 2008 às 13:13
Seja como for, tanto um ponto de vista como o outro têm a sua validade.
Pessoalmente sou contra pagar as contas dos outros. Para mim o mais grave nesta história toda, e não só na questão da electricidade, é que cada vez mais estamos a pagar pelos erros de terceiros, que na maioria são incompetentes ou incapazes de gerir (por razões pessoais ou não). Todos sabemos que se cometem crimes contra a nossa economia todos os dias e a todos os níveis.
"Quem se lixa é o pequenino"
Se não fossem os pequeninos Portugal implodia. Custa-me ver um país como o nosso a ser comido desta maneira. Se esta história pega moda, estamos ainda mais "lixados", do que antes.
Se eu tivesse capital suficiente já tinha comprado um painel fotovoltaico, para me poder livrar da EDP. Todas as facturas que recebo de dois em dois meses, vêm sempre com um acréscimo de 10. Fazendo bem as contas, daqui a um ano estarei a pagar o dobro que pago agora.
A revolta que sinto já ultrapassou a raiva e o conformismo. Acreditem que me começa a doer a barriga cada vez que penso nisto.
Em vez de andarem atrás de quem paga, deveria-se criar uma lei que obriga-se os devedores a trabalharem, de forma a compensarem o prejuizo que causaram.
É a república das bananas.
De Carlos a 7 de Julho de 2008 às 11:06
Como diz o Sr. Jaime no comentario anterior e parece ser uma pessoa bem informada, pegando no paragrafo 6 em que refere que se trata de "uma medida de gestão" acredito que se refere ao problema de má gestão da EDP (que não é caso unico), e da necessidade dos seus gestores demonstrarem resultados e lucros ao fim do ano.
Provavelmente para continuarem a investir no estrangeiro e pois quando é necessário fazer alguma alteração na rede electrica Nacional lá vêm com mais uma taxa ou um decreto de lei inventado á ultima da hora.
O que se passa aqui é mais uma situação de má gestão, e a EDP está a conseguir desresponsabilizar-se das suas obrigações, e imputar os custos a quem não deve, responsabilizem os maus gestores que tem passado por essas empresas e que deixaram essas dividas atingir os valores.
A minha opinião é quando assino um contrato com uma empresa é entre mim e essa empresa em que assumo que "PAGO O QUE CONSUMIR", não me compete a mim pagar o que outros consomem e não pagam, para mim essas pessoas estão a roubar e nesse aspecto a legislação existente é mais que suficiente para serem tomadas medidas.
Ainda voltando ao comentario anterior do café, sugiro que pensem o que era existir uma tabela de preço do café a 60 Cent, e porque um cliente não tinha pago o café anterior o dono do café decidia em vez de cobrar o preço tabela cobrava 65 Cent, bem se esta lei for em frente para a EDP não vejo justificação para que não seja assim. E pensem tambem não só no caso do café, mas de todas as outras coisas.
Meu caro não pagar a electricidade por quem sempre a pagou todos sabemos não ser argumento serio, o que tambem não é serio pagar-mos pelos consumidores que não pagam.
Cumprimentos,
PS - Não se trata de ataque pessoal ao Sr. Jaime, mas é sim expressar a mais uma opinião e creio que muitos consumidores concordam com a minha opinião.
De Jaime a 2 de Julho de 2008 às 18:01
Concordar ou não é um direito de cada um, mas por favor entendam do que se está a falar.
1. São dívidas incobráveis as consideradas como tal pelo IRC (ou seja, as que após terem sido efectuadas as diligências judiciais para a sua recuperação não foi possível satisfazer o crédito). Estas dívidas são, para efeitos contabilísticos considerados uma perda da empresa justificada que poderá ser considerada no cálculo do IRC (ou seja, aceita-se como custo).
2. Se todos deixarmos de pagar a luz, ficamos sem o respectivo serviço. Acontecendo o mesmo a todos os que não a pagam. Por isso é falso quando dizem que pagaremos pelos caloteiros e nada lhes acontece.
3. Os lucros da edp holding, não se confundem com os lucros da EDP Distribuição e Serviço Universal (responsáveis pela distribuição e comercialização de energia de último recurso) que são as únicas empresas reguladas pela ERSE.
4. Ser regulado significa: que a sua gestão financeira está dependente do que é aceite pela ERSE, no que respeita aos custos e aos lucros. Ou seja, o preço da energia é aquele que a ERSE define como tal (não se aceitam custos que não correspondam actividades necessárias ao desenvolvimento da actividade), e só se aceitam os custos que resultem de uma gestão eficiente e racional. Ex.: a ERSE considera como adequado o preço de X por tratamento de reclamação. No caso da empresa num determinado ano, por ineficiência, apresentar custos de X+Y, este valor não é considerado e não será repercutido nos consumidores.
5. O contrário também é verdadeiro. Se a empresa conseguir ganhos de eficiência, a ERSE internaliza esses ganhos na factura, partilhando com o consumidor estes ganhos, porque também decidimos do lucro aceitável à empresa. O principio que baliza todos estes movimentos são: permitir um equilibrio económico das empresas defendendo os interesses dos consumidores.
6. A medida proposta, é um instrumento de gestão. A ERSE pondera a possibilidade de aceitar como custo (partilhando o seu valor com todos os consumidores) um pequena parte do valor das incobráveis. Á semelhança do IRC, reconhece-se que as dívidas incobráveis são custos que a empresa não deu causa e é justo haver uma repartição dos seus valores considerando que neste caso, a EDP não pode recusar clientes (mesmo sabendo que são maus pagadores é o que significa serviço universal) e deverá manter para todos (mesmo os maus pagadores) os níveis de qualidade de serviço impostos.
Podemos não concordar dizendo que é um incentivo à empresa a não tentar reduzir as dívidas incobráveis; podemos achar que esta medida de gestão não é mais adequada para o sector, é tudo válido.
Mas, por favor, informem-se sobre o que se propõe e o seu racional. Dizer que esta medida permite que eu posso deixar de pagar a factura de electricidade, não é um argumento sério!
PS pensem que a EDP seria um café, que tinha muitos clientes que não pagavam. Como fariam para que o café não fechasse? Se subissem o preço do café para permitir que os custos fossem menores e assim justificassem a continuação do negócio, parecer-vos-ia uma medida totalmente desproporcionada? Como faz uma empresa privada para diminuir os custos? Se tivessem uma empresa que tivesse lucros que estão sujeitos a aprovação de entidade terceira, não podendo desta forma reflectir no preço todos os custos, como fariam para manter o equilibrio económico da empresa?
PS2 - Inconstitucional e ilegal porquê? Argumentos, onde estão?
Cumprimentos e continuação de uma cidadania informada e responsável.
Comentar post