Sábado, 29 de Novembro de 2003
SERVIÇOS MÍNIMOS
Principalmente por motivos profissionais, serviços mínimos durante os próximos dias.Divirtam-se!
Sexta-feira, 28 de Novembro de 2003
NUIT RHÉNANE - APOLLINAIRE
Para o Jorge Mon verre est plein d'un vin trembleur comme une flammeÉcoutez la chanson lente d'un batelierQui raconte avoir vu sous la lune sept femmes Tordre leurs cheveux verts et longs jusqu'à leurs piedsDebout chantez plus haut en dansant une rondeQue je n'entende plus le chant du batelierEt mettez près de moi toutes les filles blondesAu regard immobile aux nattes repliéesLe Rhin le Rhin est ivre où les vignes se mirentTout l'or des nuits tombe en tremblant s'y refléterLa voix chante toujours à en râle-mourirCes fées aux cheveux verts qui incantent l'étéMon verre s'est brisé comme un éclat de rireGuillaume Apollinaire
CONCERTO - SINFONIETTA DE LISBOA
Concerto – Sinfonietta de Lisboa 3ª feira 2 de Dezembro de 2003, 21h30 – Sociedade de Geografia (junto ao Coliseu dos Recreios) – Entrada Livre Piano: Ilda OrtinDirecção: Vasco Pearce de Azevedo ProgramaAndantino (1893) Claude Debussy (1862-1918) Tema com 4 variações: Os quatro temperamentos (1940)Paul Hindemith (1895-1963)Serenata para cordas op. 6 (1892) Josef Suk (1874-1935)
RAYMOND ARON
Dedicado a CMCSe a tolerância nasce da dúvida, que se ensine a duvidar dos modelos e das utopias, a recusar os profetas da salvação, os anunciadores de catastrofes.Raymond Aron
L'ÉTERNITÉ - RIMBAUD
Para m.Elle est retrouvée.Quoi ? - L'Éternité.C'est la mer allée Avec le soleil. Âme sentinelle, Murmurons l'aveu De la nuit si nulleEt du jour en feu. Des humains suffrages, Des communs élans, Là tu te dégages Et voles selon.Puisque de vous seules,Braises de satin,Le Devoir s'exaleSans qu'on dise : enfin.Là pas d'espérance, Nul orietur.Science avec patience,Le supplice est sûr.Elle est retrouvée. Quoi ? - L'Éternité.C'est la mer allée Avec le soleil.Arthur Rimbaud
Quinta-feira, 27 de Novembro de 2003
EXPOSIÇÃO PINTURA - HILDA PORTELA
Terça feira, 2 de dezembro de 2003 , às 17h00 no Edifício Central do Município de Lisboa, Centro de Documentação, 1º piso Campo Grande, 25 A exposição estará patente ao público até 15 de Dezembro das 8h00 ás 20h00, dias úteis.
BLOGS - CONVERSA PARA MAIS (B)LOGO, BOTA ACIMA, DA VINCI e JOÃO TILLY
Conversa para mais (B)logo. A Sara Santos Costa mistura sabiamente política com poesia, humor e reflexão.
BOTA ACIMA. Imprescindíveis os comentários mordazes do João Tunes e as estórias que nos conta, quer da actualidade, quer do tempo da outra senhora (alô Brasil - eu traduzo já, antes que perguntem: significa antes do 25 de Abril, no tempo da ditadura).
DA VINCI. Um interessante blog com notas enciclopédicas sobre vultos do conhecimento.
João Tilly. O João Tilly opina quer sobre assuntos gerais, quer ligados a Seia. E bem.
O TEJO É MAIS BELO - ALBERTO CAEIRO
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. O Tejo tem grandes navios E navega nele ainda, Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, A memória das naus. O Tejo desce de Espanha E o Tejo entra no mar em Portugal. Toda a gente sabe isso. Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia E para onde ele vai E donde ele vem. E por isso porque pertence a menos gente, É mais livre e maior o rio da minha aldeia. Pelo Tejo vai-se para o Mundo. Para além do Tejo há a América E a fortuna daqueles que a encontram. Ninguém nunca pensou no que há para além Do rio da minha aldeia. O rio da minha aldeia não faz pensar em nada. Quem está ao pé dele está só ao pé dele.Alberto Caeiro
DEPRESSÃO OUTONAL?
Mais um bom blog que desiste. É pena!Um abraço, Nuno.
Espigas ao Vento
IRAQUE
Iraque: Alvos dos Ataques São Cada Vez Mais Os Iraquianos Uma notícia do
Público:Iraquianos Já São Os Alvos Preferenciais Pela nossa enviada SOFIA LORENA, em NasiriyahQuarta-feira, 26 de Novembro de 2003
Os ataques contra as forças anglo-americanas e os restantes contingentes estrangeiros no Iraque estão a diminuir de intensidade. A confirmação, feita ontem de manhã em Bagdad pelos dois principais responsáveis de Washington, o administrador civil, Paul Bremer, e o chefe do Comando Central, general John Abizaid, fez-se acompanhar por outra evidência: os alvos da resistência ou do terrorismo são agora, preferencialmente, os próprios iraquianos. É interessante conjugar esta notícia, com o que se pode ler no
Liberté. Rapidamente se conclui que quem tem perpetrado os ataques se está perfeitamente
marimbando para o
povo iraquiano, tal como fez no passado, provocando 300.000 mortos. E consultem
este site para verem se o Bush teve ou não razão ao atacar o Saddam.
Almas mais sensíveis abstraiam-se, principalmente
a página 49! A continuação da notícia do Público:A semana passada, depois de a Casa Branca ter anunciado que a Autoridade Provisória da Coligação (APC), dirigida por Bremer, só ficará no território iraquiano até 30 de Junho de 2004, começou uma contagem descrescente. Sete meses de controlo americano não parecem destinados a tornar a vida dos iraquianos mais fácil. "A situação de segurança mudou. No passado os ataques contra a coligação eram predominantes. Agora os ataques aos iraquianos são regulares", declarou Bremer, referindo-se à situação verificada nas últimas duas semanas. Para o responsável dos EUA, a explicação é simples. Como "não foram bem sucedidos em intimidar a coligação, agora tentam intimidar iraquianos inocentes". Mais de 500 quilómetros a Sul, em Nasiriyah, capital da província de Dhi Qar, a evidência agora assumida por Washington já se sente na pele por muitos dos que aqui colaboram com o poder ocupante. Sete mil funcionários públicos, sete mil alvos espalhados pela administração; no próprio Conselho de Província; em todos os tribunais; nas várias esquadras de polícias, de armas na mão em cada duas ruas das 9h00 às 17h00; de vassouras em punho árvore sim, árvore sim, entre as 5h00 e as 7h00. Todos "iraquianos inocentes", desempregados com o derrube de um regime, à procura de uma forma de sobrevivência. Origens e histórias diferentes, planos e ambições diversos, futuros diferentes marcados por um mesmo estigma, comum a um mesmo país num determinado momento.
O formador de sotaque texanoSaif Kassim, 23 anos, natural de Bagdad, é desde Maio técnico de formação profissional da Facility Protection Service (FPS), a força civil que faz segurança a infra-estruturas como hospitais ou oleodutos. Escolhido pelo exército americano "porque sabia falar inglês", usou os últimos seis meses para adquirir um perfeito sotaque do Texas. Depois de receber o seu próprio treino, "duas semanas, cerca de cinco, seis horas por dia" de "ética, direitos humanos e outras coisas de que agora não me lembro, como comunicações humanas", começou a percorrer o país de metralhadora ao ombro, em busca de novos recrutas que treina como pode. Paragem da semana, Nasiriyah. "Chego a uma cidade e pergunto quem quer tentar fazer parte da força. De boca em boca e através de 'placards' dizemos, 'ei, se alguém quer juntar-se à FPF, nós estamos aqui'". Depois é fazer o seu trabalho, aquilo para que recebe 150 dólares por mês, quase sempre a tempo. De óculos "Ray-Ban" na testa, "sweat-shirt" e "jeans" de marca ocidental, não admite recuar na opção que fez há seis meses, trabalho seguro, dia-a-dia de riscos, inglês sem nódoa de americano. "Tenho medo, e sei que sou eu próprio um alvo. Sou um oficial da FPF e passei tempo a trabalhar como intérprete, mas sou iraquiano, quero trabalhar e adoro o meu país. Estou a fazer alguma coisa pelo meu país e não posso ser travado por um bando de gangs. Estou a fazer isto por todo o Iraque. Se eu não trabalhar e os outros não trabalharem, o Iraque vai perder." Entre Saif Kassim e o major Abbas Shnati, "número dois" da polícia em toda a província de Dhi Qar, existem muitas diferenças. Nomeadamente no que respeita à importância que dão a que os americanos e os restantes exércitos estrangeiros por cá continuem, bem como às recordações que o regime de Saddam Hussein deixou a cada um. "Se o exército americano saísse agora seria o desastre", assegura Kassim, depois de sublinhar que não sabe quando o seu país estará pronto para essa retirada e que está feliz pela chegada das forças americanas.
O general que não festeja o fim do Ramadão"Agora o trabalho é mais difícil, claro, somos só nós, os polícias. Antes trabalhávamos com outros exércitos, com os 'fedayin', tudo era diferente", queixa-se Shnati. Mesmo estando certo de que a esquadra central da província, onde nos recebe, pode bem ser o próximo alvo dos que espalham o terror. Orgulhoso, afirma sem hesitar que "agora já não são precisos, podemos defender-nos", referindo-se às forças estrangeiras, aos carabineiros com quem convive mais de perto, na sua opinião, já muito "nervosos e intimidados". Quanto ao ordenado de 180 dólares pago pelos americanos, também não é problema, como não é problema a falta de armas para os adolescentes que envia em patrulha para as ruas da cidade. As armas, explica, pode "comprar todas no mercado negro"; o ordenado, diz sem dizer, será pago por um qualquer partido ou facção xiita. E ao contrário da médica Husdam, que está contente por poder trabalhar no Hospital Pediátrico de Nasiriyah, mas sente que se arrisca só por sair para o trabalho, o major do Sul iraquiano não tem medo de nada nem tenciona passar por casa neste fim de Ramadão, tanto é o trabalho que diz ter a ocupá-lo. Agora "tenho medo de andar na rua, qualquer pessoa pode provocar um ferimento de bala, qualquer um pode sofrê-lo também. Temos muitos problemas de segurança, mesmo dentro do hospital." "O salário aumentou, claro, mas não compensa o risco e o trabalho", sintetiza Shnati, o único habitante de Nasiriyah que ontem não saiu à rua para festejar o Eid al-Fitr, a festa de três dias que marca o fim do mês do Ramadão. Um dos poucos que não contribuiu para as centenas de disparos que pelas 18h30 já se ouviam em todas as ruas, cheias ontem como nunca nas últimas semanas. O único que ainda não teve tempo para quebrar o jejum ou desejar à mulher e aos filhos "Edak Mobarck" ou Dias Felizes.