Quarta-feira, 30 de Junho de 2004
E VENHA O PRÓXIMO!
A laranja mecânica, já era....
EUROPA NA CAUDA....
Para animar as hostes, um pouco de humor:(Enviado por Paula Morgado)Se Durão Barroso aproveitar o facto de ocupar a presidência da Comissão Europeia para fazer pela Europa o mesmo que fez pelo país, há uma forte hipótese de, dentro de pouco tempo, a Europa estar na cauda de Portugal.(Autoria: Ricardo Araújo Pereira)
PONTO FINAL - AFONSO CAUTELA
Não, não estou doente,não preciso de escolta,os rins funcionam, felizmente,ou por morrer também se paga multa?Não preciso de nada,estou em ordem,despeçam-se de mim à bofetadae passem muito bem.Deixem-me dormir que tenho fomee sede e sono,o meu corpo bebe e comedor e abandono.Já tenho fato,metam-no na caixa,não esqueçam de pôr lutoe nos sapatos, graixa.Afonso Cautela
Terça-feira, 29 de Junho de 2004
FOI HÁ QUASE UM ANO ATRÁS....
Muito bem relembrado pelo meu amigo Nuno Moreira de Almeida, no seu arte de OPINAR!
EXPRESSO
Banco Espírito Santo Corta Publicidade ao grupo Impresa Acho que vou passar a comprar dez exemplares do Expresso, por semana.Já é a segunda vez que me apercebo de atitudes destas do Expresso. Os meus parabéns por ainda haver quem tenha coluna vertebral! É que sei de outros jornais que não colocam determinadas notícias porque podem perder patrocínios.
Parabéns, Dr. Balsemão!(Texto completo em anexo)Banco Espírito Santo Corta Publicidade Por JOÃO MANUEL ROCHA E PAULO MIGUEL MADEIRASábado, 26 de Junho de 2004 ao grupo Impresa O Banco Espírito Santo (BES) cortou campanhas de publicidade ao conjunto de meios e títulos do grupo Impresa, que inclui o "Expresso", a revista "Visão" e a SIC. O corte de publicidade, cuja dimensão não foi possível precisar com rigor, representa um rombo de "largos milhares de euros" para o grupo. O motivo próximo para a decisão da entidade bancária foi o tratamento jornalístico dado pelo semanário ao processo de privatização da Galp, designadamente vários textos que se interrogavam sobre a qualidade da proposta do grupo norte-americano Carlyle. O que mais terá incomodado o presidente do banco, Ricardo Salgado, foi um comentário do editor de Economia, Jorge Fiel, intitulado "O amigo americano" e publicado no final de Abril. Nele, o jornalista questionava o patriotismo da participação do BES na candidatura do Carlyle à privatização da Galp, sugerindo que se estava a prestar aos interesses norte-americanos. Ricardo Salgado escreveu ao presidente da Impresa, Pinto Balsemão, queixando-se do texto e invocando um parecer jurídico em que se argumentava que expressões usadas pelo jornalista podiam ser ofensivas, deixando antever um possível recurso aos tribunais. Na resposta, também por escrito, Pinto Balsemão alegou que o texto em causa se tratava de matéria de opinião, logo vinculando apenas o seu autor. A reacção do "patrão" do grupo de "media" foi considerada por elementos do BES como agreste. E terá sido o próprio Ricardo Salgado a anunciar a Balsemão, por telefone, que ia cortar a publicidade a todo o grupo. Poucos dias depois, no final do mês de Maio, a Impresa foi informada da medida. O semanário continua a publicar na primeira página do seu caderno principal, por cima do logotipo, uma tarja do BES alusiva à selecção de futebol e, no caderno de Economia, um anúncio sobre fundos. Mas o grosso das suas campanhas desapareceu do semanário. E o jornal já terá tido indicações de que o anúncio de primeira página poderia ser retirado. Questionado pelo PÚBLICO, o director do jornal, José António Saraiva, disse, por correio electrónico, que as relações entre um anunciante do "Expresso" e o próprio jornal são "matéria confidencial". "O 'Expresso', como órgão de comunicação, tem uma relação aberta e disponível com todos os agentes da sociedade, sejam políticos, económicos, desportivos, ou outros. Manteremos esta atitude mesmo em relação àqueles que, episodicamente, possam sentir-se melindrados com matéria jornalística publicada por nós. Os anunciantes estão no seu direito de anunciar ou não no 'Expresso'. Mas isso não nos levará a modificar a relação com eles", acrescentou. As duas entidades mantinham um bom relacionamento. Há cerca de dois anos, quando o grupo de "media" passou por dificuldades financeiras, teve no BES um dos seus apoios. A instituição bancária disse ontem ao PÚBLICO, através do seu gabinete de comunicação, que "não comenta o seu investimento publicitário em cada um dos grupos de comunicação social". E acrescentou que "não se intromete na política editorial dos jornais. De nenhum jornal". Por seu lado, a Impresa destaca que "não consegue ver em que medida" esta retaliação comercial do BES afecta as suas contas. O caso que envolve o BES e o o "Expresso" não é inédito. Fonte do jornal afirmou ao PÚBLICO que, há mais de dois anos, quando diversos administradores do BCP abandonaram a entidade, o banco de Jardim Gonçalves considerou que estava a ser vítima de uma campanha e cortou igualmente a publicidade a publicações da Impresa durante alguns meses. A Carlyle foi entretanto afastada do processo de privatização da Galp. Mantêm-se na corrida o grupo Mello e a Petrocer - cujo núcleo é a Viacer, dos grupos Violas, Arsopi e BPI, que detém a cervejeira Unicer.
MEMÓRIA VIRTUAL, DA VINCI, EU VOU MAS VOLTO, JANELA PARA O RIO
Parabéns ao Leonel Vicente, pelo primeiro aniversário do
Memória Virtual. Que continue, principalmente agora que acabou com o outro blog que tinha, o excelente
DA VINCI e vai integrar os seus conteúdos no "Memória".Um abraço também para o José Carlos Soares, que voltou a tempo de festejar o aniversário do blog...
Eu Vou Mas VoltoE outro para o Nuno do
Janela Para o Rio, que também fez anos!
Segunda-feira, 28 de Junho de 2004
NÃO, NÃO, NÃO E NÃO!
NÃO A SANTANA LOPES PRIMEIRO MINISTRO!NÃO, porque cada vez mais os eleitores votam em pessoas e não em partidos! Mudar o primeiro ministro é legal mas do ponto de vista substantivo não é a solução mais democrática. Até porque nas últimas legislativas os dois principais candidatos colocaram a questão como uma eleição entre os dois e não entre os seus partidos.
NÃO, porque nas últimas europeias este governo foi fortemente castigado; por muito que custe a alguns, a grande maioria dos eleitores estava-se perfeitamente a marimbar para a europa e votou para castigar (ou defender) o governo.
NÃO, porque o mandato de Santana Lopes em Lisboa tem sido desastroso. Eu próprio que votei nele, depois daquilo a que assisti e de tudo o que não foi feito (subscrevo o slogan do Bloco de Esquerda: "Santana dois anos a fazer que faz") NUNCA mais lhe darei um voto seja para o que for.
NÃO, porque os nomes de que se fala para ministros desse hipotético governo mostram claramente que a base dele seria não a competência, mas o compadrio, o amiguismo e tudo o que vem atrás. Aliás, só falta mesmo aparecer o nome de Luís Delgado para ministro! A este propósito, recomendo a leitura do artigo do Nicolau Santos, no
Expressoonline, nomeadamente o último parágrafo...
OBRIGADO!
Ferreira Leite alerta contra "golpe de Estado" no PSD"Sem um Congresso ninguém tem legitimidade para nomear um novo Presidente do PSD e, por inerência, primeiro-ministro. Tal configuraria um golpe de Estado no partido", declarou ontem ao PÚBLICO Manuela Ferreira Leite, ministra de Estado e das Finanças.Na opinião da ministra, não existe uma hierarquia formal na Comissão Política do PSD, lembrando que "quando os militantes votaram, no último Congresso, não estavam a escolher também o número dois ou o número três do partido, estavam a votar na lista do presidente do partido". Ou seja, o facto de Pedro Santana Lopes ter sido eleito primeiro vice-presidente não faz dele sucessor automático de Durão Barroso tanto mais que, em Congressos do PSD, sempre que se candidatou à liderança, o que sucedeu por três vezes, embora só tenha levado uma candidatura até ao fim, perdeu por larga margem. "Qualquer solução terá sempre de passar por um Congresso do partido", conclui Ferreira Leite, que é a número dois do Governo e, como tal, também foi apontada como possível sucessora de Durão. A posição da ministra das Finanças é, até agora, a mais dura crítica à estratégia que tem vindo a ser posta em marcha para a sucessão de Durão Barroso no Governo e no PSD. O eurodeputado Pacheco Pereira e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Mendes, também têm chamado a atenção para a necessidade de haver um congresso antes de essa transição de poder se consumar. Ontem, o eurodeputado Vasco Graça Moura chamou a atenção para aspectos "que são problemáticos: o da instabilidade institucional, o da continuidade da acção governativa, cumprimento e execução do programa do Governo que foi aprovado há dois anos".
PúblicoDurão Barroso convidado para presidente da Comissão EuropeiaFerreira Leite alerta contra "golpe de Estado" no PSD Eunice Lourenço, Helena PereiraPÚBLICO "Sem um Congresso ninguém tem legitimidade para nomear um novo Presidente do PSD e, por inerência, primeiro-ministro. Tal configuraria um golpe de Estado no partido", declarou ontem ao PÚBLICO Manuela Ferreira Leite, ministra de Estado e das Finanças.Na opinião da ministra, não existe uma hierarquia formal na Comissão Política do PSD, lembrando que "quando os militantes votaram, no último Congresso, não estavam a escolher também o número dois ou o número três do partido, estavam a votar na lista do presidente do partido". Ou seja, o facto de Pedro Santana Lopes ter sido eleito primeiro vice-presidente não faz dele sucessor automático de Durão Barroso tanto mais que, em Congressos do PSD, sempre que se candidatou à liderança, o que sucedeu por três vezes, embora só tenha levado uma candidatura até ao fim, perdeu por larga margem. "Qualquer solução terá sempre de passar por um Congresso do partido", conclui Ferreira Leite, que é a número dois do Governo e, como tal, também foi apontada como possível sucessora de Durão. A posição da ministra das Finanças é, até agora, a mais dura crítica à estratégia que tem vindo a ser posta em marcha para a sucessão de Durão Barroso no Governo e no PSD. O eurodeputado Pacheco Pereira e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Mendes, também têm chamado a atenção para a necessidade de haver um congresso antes de essa transição de poder se consumar. Ontem, o eurodeputado Vasco Graça Moura chamou a atenção para aspectos "que são problemáticos: o da instabilidade institucional, o da continuidade da acção governativa, cumprimento e execução do programa do Governo que foi aprovado há dois anos". Estes apelos vão, no entanto, contra aquilo que são as intenções da maioria dos dirigentes do PSD, que querem resolver a situação o mais depressa possível. Consideram que apenas é necessário a legitimação de Santana como presidente do PSD em conselho nacional e que o congresso, a realizar-se, deverá ser depois do Verão. Um congresso extraordinário demorará, no mínimo, três semanas a organizar. Contra Santana estão, além de Mendes e Pacheco Pereira, os cavaquistas, grupo em que se insere Ferreira Leite. Cavaco Silva é, aliás, uma das personalidades que o Presidente da República, Jorge Sampaio, quer ouvir. Mas um dos seus maiores apoiantes, Paulo Teixeira Pinto, tece elogios ao presidente da Câmara de Lisboa. Fontes próximas de Cavaco dizem que o ex-primeiro-ministro está muito preocupado com a situação e acha que Durão Barroso não devia ir para a presidência da Comissão Europeia, uma vez que a única alternativa que existe no partido é Pedro Santana Lopes. Tudo à espera de DurãoOntem, foi o próprio Santana, enquanto vice-presidente do PSD, a falar em nome da comissão permanente, que se reuniu ao fim da tarde na sede do partido, em Lisboa. E falou para "dirigir uma palavra de tranquilidade a todos os portugueses". Santana começou por se referir à formalização do convite feito a Durão Barroso para presidir à Comissão Europeia, congratulando-se com o convite que "honra" o país e o PSD e que é "um reconhecimento das excepcionais qualidades de estadista do dr. José Manuel Durão Barroso". Em seguida, manifestou o apoio do PSD "à opção do presidente do partido, na certeza de que, como sempre, será determinada, antes do mais pela preocupação de melhor servir o interesse nacional". Santana, que apareceu sério, de ar grave e até colocou óculos, terminou a breve comunicação, garantindo que o PSD assumirá as suas responsabilidades, para "na integral observância das disposições e poderes constitucionais, assegurar a estabilidade política e o respeito pela vontade popular expressa nas últimas eleições legislativas". Também o CDS/PP reuniu ontem a sua direcção e o comunicado foi no mesmo sentido. "É necessário respeitar o papel constitucional do Presidente da República, mas é também necessário respeitar a vontade dos portugueses expressa democraticamente em eleições e que atribuiu a esta maioria um mandato de quatro anos", afirmou o líder parlamentar do CDS/PP, Telmo Correia. Ambos os partidos, contudo, se recusaram a comentar nomes ou a avançar quais serão os próximos passos a dar. Como disse Santana Lopes, as decisões do PSD sobre a sequência de funcionamento só serão tomadas depois de Durão falar. "O PPD/PSD tem respeitado a contenção total", acentuou ainda o número dois do partido.
TROVA DO VENTO QUE PASSA - MANUEL ALEGRE
Pergunto ao vento que passanotícias do meu paíse o vento cala a desgraçao vento nada me diz.Pergunto aos rios que levamtanto sonho à flor das águase os rios não me sossegamlevam sonhos deixam mágoas.Levam sonhos deixam mágoasai rios do meu paísminha pátria à flor das águaspara onde vais? Ninguém diz.Se o verde trevo desfolhaspede notícias e dizao trevo de quatro folhasque morro por meu país.Pergunto à gente que passapor que vai de olhos no chão.Silêncio -- é tudo o que temquem vive na servidão.Vi florir os verdes ramosdireitos e ao céu voltados.E a quem gosta de ter amosvi sempre os ombros curvados.E o vento não me diz nadaninguém diz nada de novo.Vi minha pátria pregadanos braços em cruz do povo.Vi minha pátria na margemdos rios que vão pró marcomo quem ama a viagemmas tem sempre de ficar.Vi navios a partir(minha pátria à flor das águas)vi minha pátria florir(verdes folhas verdes mágoas).Há quem te queira ignoradae fale pátria em teu nome.Eu vi-te crucificadanos braços negros da fome.E o vento não me diz nadasó o silêncio persiste.Vi minha pátria paradaà beira de um rio triste.Ninguém diz nada de novose notícias vou pedindonas mãos vazias do povovi minha pátria florindo.E a noite cresce por dentrodos homens do meu país.Peço notícias ao ventoe o vento nada me diz.Quatro folhas tem o trevoliberdade quatro sílabas.Não sabem ler é verdadeaqueles pra quem eu escrevo.Mas há sempre uma candeiadentro da própria desgraçahá sempre alguém que semeiacanções no vento que passa.Mesmo na noite mais tristeem tempo de sevidãohá sempre alguém que resistehá sempre alguém que diz não.Manuel Alegre
OBRIGADO!

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Mendes, defende a realização, o mais rápida possível, de um congresso extraordinário do PSD, que legitime o futuro líder do partido e primeiro-ministro. Mendes já disse isso mesmo a Durão Barroso, em jeito de aviso para o futuro. A convocação de um congresso, aliás, começa a ser defendida por mais sociais-democratas, em geral vozes discordantes da solução Santana Lopes, enquanto os apoiantes do vice-presidente do PSD entendem que não é necessário.
Agitação no PSD para Travar Sucessão Traçada por BarrosoAgitação no PSD para Travar Sucessão Traçada por Barroso Por E.L./H.P./F.F.Domingo, 27 de Junho de 2004 O ministro dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Mendes, defende a realização, o mais rápida possível, de um congresso extraordinário do PSD, que legitime o futuro líder do partido e primeiro-ministro. Mendes já disse isso mesmo a Durão Barroso, em jeito de aviso para o futuro. A convocação de um congresso, aliás, começa a ser defendida por mais sociais-democratas, em geral vozes discordantes da solução Santana Lopes, enquanto os apoiantes do vice-presidente do PSD entendem que não é necessário. Para Mendes, convocar eleições seria uma irresponsabilidade, mas é preciso pensar na legitimação do próximo primeiro-ministro, que não poderá correr o risco de ser acusado de ter sido uma "escolha de secretaria". Ou seja, um líder, seja ele qual for - Marques Mendes recusa pronunciar-se sobre nomes concretos - se não tiver o respaldo da escolha num congresso fica sempre com a legitimidade política diminuída e isso será um erro político. Se for eleito em conselho nacional, entende o ministro, terá apenas uma legitimidade formal. Apesar de defender a realização de um congresso - e que não seja posterior à consumação do novo Governo, para que não seja a mera consagração da situação -, Marques Mendes terá dado garantias a Durão de que não irá envidar esforços nesse sentido (reunindo assinaturas para a sua convocação, por exemplo). O eurodeputado José Pacheco Pereira também defende um congresso extraordinário do PSD antes da escolha do nome do primeiro-ministro "para não colocar os congressistas sob a chantagem do derrube do Governo do seu próprio partido". No seu blogue Abrupto, Pacheco Pereira exprime a sua indignação, tendo colocado, logo anteontem, uma imagem de uma pintura de uma pessoa dentro de um caixão e a frase "Que triste país o nosso". O ainda eurodeputado explica a frase: "Quero um Governo que pense em Portugal em primeiro lugar, que não se importe de perder as eleições, se estiver convicto que políticas difíceis são vitalmente necessárias. Lá vamos desperdiçar de novo o que penosamente adquirimos. Lá vamos ter que começar tudo de novo." Mesmo dentro da direcção do PSD, a troca de primeiro-ministro não é pacífica. Há quem anteveja um cenário catastrófico, com mais instabilidade na coligação, um mau resultado nas autárquicas e, posteriormente, nas legislativas, aliado à perda de confiança de Portugal junto dos agentes económicos, numa altura em que o país estava a tentar contrariar a retracção económica. Do lado dos inconformados, contam-se ainda os cavaquistas, que acham que o Governo ainda não fez tudo o que era preciso para endireitar as finanças e a economia e que Santana vai deitar a perder o pouco que se fez. Muitos viram-se para Marcelo Rebelo de Sousa. Outros olham para o Presidente da República, com a esperança que não aceite o nome de Santana. Marcelo conversou anteontem com Durão Barroso, que lhe pediu que apoie Santana. O professor de Direito não lhe fez a vontade, mas ficou acordado que Marcelo não se iria opor publicamente a esta sucessão. Nos últimos dois dias, os apelos para que este se pronuncie são muitos, mas Rebelo de Sousa tem resistido. Fonte próxima de Marcelo lembrou que este já avisou no PÚBLICO o que acha, que a saída de Durão é uma acto "suicida" para o PSD e para o país. "Não há sucessões dinásticas no PSD. Santana Lopes será um entre os candidatos possíveis", diz, por seu lado, o histórico Miguel Veiga, lançando os nomes de Marcelo, Dias Loureiro, Miguel Cadilhe. Este social-democrata, no entanto, não questiona a manutenção da AD, considerando que se trata de um "contrato para a legislatura". O líder da concelhia PSD-Porto, Francisco Ramos, afirmou ontem ao PÚBLICO que "neste momento não estão salvaguardadas, nem a estabilidade interna nem a partidária". "Terá de se arranjar uma solução com alguma tranquilidade, que seja aceite por larga maioria dos portugueses, porque não podemos correr o risco de o Governo ter falhas a curto e médio prazo, ou de estarmos perante um primeiro-ministro que não tem sustentabilidade", disse. Carlos Encarnação, presidente do conselho de jurisdição e autarca de Coimbra, disse ontem ao PÚBLICO que Santana devia ser indicado pelo conselho nacional como futuro primeiro-ministro, mas que isto devia ser separado da eleição como líder do PSD. Esta deve ocorrer em congresso mais para o final do ano. "Acho que devia fazer-se o congresso para ficar claro o respaldo do partido", disse. Os santanistas e barrosistas - que têm claramente maioria nos órgãos de direcção do PSD - querem apenas uma coisa: que o processo decorra o mais rápido possível, que Santana tome posse como primeiro-ministro sem ser preciso congresso extraordinário. O conselho nacional para indicar Santana como líder do PSD e como nome a apresentar a Sampaio para que seja primeiro-ministro ainda não tem data marcada, mas deverá ser no final desta semana. Quanto ao congresso extraordinário, deve realizar-se depois do Verão para aclamar Santana e proceder a ajustamentos na direcção do PSD. Se anteontem, o PSD tinha sido apanhado de surpresa, ontem estava a refazer-se do choque e a antever uma revolução no Governo, que pode estender-se ao próprio partido. O sentimento é de expectativa para saber até que ponto irá a "limpeza" dos santanistas. Durão parece "mais preocupado com o Governo" do que com o PSD, desabafava ontem um dirigente.