Terça-feira, 30 de Setembro de 2003
ZOO LISBOA
Afinal a história não é como o "jornalista" da RTP queria que fosse...COMUNICADO DO JARDIM ZOOLÓGICO "Transmitiu o Primeiro Canal da RTP, no passado dia 22, pelas 23 horas, um programa denominado "Crime na Arca de Noé" onde, relativamente a esta Instituição de Utilidade Pública, foram proferidas afirmações extremamente graves, à mistura com insinuações não menos graves. Insinuações e afirmações efectuadas em termos delas se retirarem imediata e instintivamente conclusões falsas. Mas vamos aos factos: 1º - O Jardim Zoológico de Lisboa nunca fez nem faz tráfico de quaisquer animais; 2º - O Jardim Zoológico de Lisboa nunca agiu ou actuou motivado pela obtenção de lucros através dos animais: pelo contrário, tudo o que o ZOO fez e faz foi pelos e para os animais, sua razão de ser; 3º - O Jardim Zoológico de Lisboa é membro activo de todos os organismos internacionais de protecção dos animais, cumprindo rigorosamente todas as suas normas tendo sido sempre o primeiro a combater e a procurar nacional e internacionalmente meios que combatam este tipo de actuação;4º - O Jardim Zoológico de Lisboa dispõe de cerca de 400 espécies diferentes de animais, procurando proporcionar cada vez melhores condições de habitat aos mais de 2000 animais existentes nas suas instalações; 5º - O Jardim Zoológico de Lisboa tem cerca de 300 colaboradores que com a maior dedicação, a maior sensibilidade e o melhor carinho trabalham diariamente a favor e para o parque animal existente; 6º - O Jardim Zoológico de Lisboa tem cedido, aos parques zoológicos existentes no país, como no estrangeiro, animais que lhe são solicitados, quando tem em excesso, de acordo com planos de reprodução previamente estudados; 7º - O Jardim Zoológico de Lisboa não vendeu animais ao Sr. Joaquim Henriqueta Júnior, como se afirma naquele programa. O Jardim Zoológico de Lisboa, a exemplo do que faz com outros Parques, cedeu animais ao Parque Zoológico da Batalha, nos Açores. No referido programa exibe-se uma factura do ZOO, no valor de 1.700 contos, mas, intencional e lamentavelmente, esconde-se que essa factura foi passada ao Parque Zoológico da Batalha e não ao Sr. Joaquim Henriqueta Júnior, como se afirmou e se induziu os telespectadores a concluir. Mais. 8º - O Jardim Zoológico de Lisboa, antes desta cedência àquele Parque, fez contactos prévios com a Direcção Geral de Pecuária dos Açores no sentido de confirmar, através deste organismo oficial, não só a existência do Parque Zoológico da Batalha como também se o mesmo dispunha de condições para receber os animais em causa; O que efectivamente foi confirmado. Mais. 9º - O Jardim Zoológico de Lisboa comunicou ao Instituto de Conservação da Natureza que o Parque Zoológico da Batalha (Açores) havia adquirido os referidos animais; 10º - O Jardim Zoológico de Lisboa, no cumprimento da lei, facturou o valor dos animais e fê-lo incluir nas suas contas. Não escondeu, não omitiu, não camuflou uma operação válida e legal, perante a legislação vigente 11º - O Jardim Zoológico de Lisboa, em mais de 119 anos de existência, nunca distribuiu um rei, um escudo ou um euro a quem quer que fosse: o Jardim Zoológico de Lisboa limita-se a pagar aos seus colaboradores os respectivos salários, modestos por sinal. 12º - O Jardim Zoológico de Lisboa vive dos seus visitantes mas também e fundamentalmente da compreensão e boa vontade dos seus Amigos, das Empresas que o apoiam, dos Mecenas que o amparam; 13º - O programa "Crime na Arca de Noé" ofende e viola a dignidade do Jardim Zoológico, dos seus colaboradores e dos seus dirigentes. As afirmações, as insinuações e as conclusões fáceis que revela, as misturas a que procede, constituem actos altamente lesivos dos interesses que o Jardim Zoológico de Lisboa prossegue. 14º - O referido programa, por intenções que se ignoram ou por critérios que se lamentam, quis, deliberadamente, misturar o Jardim Zoológico de Lisboa com tráfico de animais, com dinheiro fácil, com perspectivas de lucros imediatos e chorudos, colocando no mesmo saco pessoas sem quaisquer preocupações com o bem estar, a conservação e preservação dos animais e das espécies com aquelas que fazem destes objectivos a razão da sua existência. 15º - O programa provocou uma onda de indignação, tendo o Jardim Zoológico de Lisboa recebido inúmeras comunicações, repudiando que pudesse agir da forma como esse programa dava a entender. A injustiça, a inverdade e a infundamentação do programa, no que ao Jardim Zoológico de Lisboa diz respeito, são tão graves que impõem que esta centenária Instituição não só publicamente o repudie como também exija que se distinga o trigo do joio, isto é, que se separem, distingam e isolem os sacos. 16º - O que nos Açores foi feito aos animais é inqualificável, é lamentável. Ainda bem que se fez a sua divulgação e ainda bem que se procura acabar com este tipo de actuação. Agora, misturar as imagens desses factos lamentáveis com referências ao Jardim Zoológico de Lisboa, misturá-las com tráfego de animais, colocando o Jardim Zoológico de Lisboa no meio de hediondas actuações, constitui uma forma indigna de manipular a imagem desta Instituição, que se repercutirá, naturalmente, nas pessoas que o procuram nos amigos e empresas que o patrocinam. Forma indigna, injuriosa e difamatória de considerar quem dedicadamente faz da protecção dos animais a razão do seu trabalho diário." O Jardim Zoológico e de Aclimação em Portugal é uma instituição centenária de utilidade pública, detentora da Medalha de Ouro da cidade de Lisboa e membro honorário da Ordem de Benemerência, que não aceita, nem entende a manipulação de certas entrevistas com o único objectivo de destruir, em poucos minutos, o que muitos e em muito tempo, tão arduamente trabalharam A Conservação das Espécies. Achamos lamentável que este tipo de situações aconteçam, pondo em risco toda a dedicação, imagem e trabalho para a Conservação no nosso País. Achamos, também, que este é um comunicado que obrigatoriamente teria que ser feito para esclarecer todos aqueles que possam ter acreditado em tais afirmações. "No final, Só vamos conservar aquilo que amarmos Só vamos amar aquilo que compreendermos Só vamos compreender aquilo que nos ensinaram" Baba Dioum (Conservacionista Senegalês) O Conselho de Administração