Quarta-feira, 28 de Janeiro de 2004
O PCP E A CGTP
A propósito de uma notícia do DN de anteontem, seria interessante uma reflexão sobre os motivos para que estando o PCP em queda, ocorra um crescimento da CGTP.Muito rapidamente algumas possíveis pistas:Maior agressividade relativamente aos sindicatos com outras orientações.Algum afastamento político (ou seja menor colagem) relativamente ao PCP.Aumento do desemprego, que propicia aumento do nível de sindicalização, sendo mais beneficiados os maiores sindicatos (normalmente da CGTP).Mas haverá muitas mais explicações, pelo que desafio os leitores a sugeri-las.Um excerto da notícia:
CGTP chega ao congresso com 222 mil novos filiadosMARGARIDA BON DE SOUSAA CGTP registou um aumento de 222 480 novas sindicalizações desde o último congresso, que se realizou em 1999. Um número que superou os objectivos estabelecidos há quatro anos atrás, que apontavam como meta um crescimento de 50 mil novos filiados por ano.Os dados, que serão apresentados ao Congresso de sexta e sábado da próxima semana, revelam que a central tem agora perto de um milhão de sócios. E que o reforço da sindicalização foi mais significativo entre as mulheres - 122 217 novas admissões - do que nos homens, que se ficaram pelos 100 263. Ao nível etário, verificou-se que aderiram 80 401 novos jovens desde 1999, numa fatia que representa 36% do universo total de novas adesões.
DN - notícia completa
De
Maxou a 28 de Janeiro de 2004 às 13:48
Ah, esquecia-me do PCP.
A maioria das pessoas já não acredita nos ideiais, caricatos, defendidos pelo PCP. Mas continuam a pensar que "aqueles é que defendem o trabalhador", daí preferirem a CGTP à UGT. Azar.
Acho o fenómeno sindicalista curioso; nunca fui sindicalizado em 16 anos de trabalho. Nem quero, prefiro comprar uns livritos ou uns Cd's, a dar dinheiro àqueles trabalhadores que não trabalham.
CC
De
Maxou a 28 de Janeiro de 2004 às 13:42
São muitas as explicações, certamente. Mas eu vou opinar um pouco e expor as minhas.
Em tempos de crise as pessoas ficam sempre mais vulneráveis e sentem uma maior necessidade de ressalvar os seus direitos. E como nesta coisa dos direitos dos trabalhadores há muitos analfabetos funcionais, torna-se mais fácil aos sindicatos angariarem filiados.
Mas não acredito que sejam os actuais empregados a aderirem aos sindicatos. Deverão ser pessoas que entram no mercado de trabalho pela primeira vez; pode parecer um paradoxo em época de crescimento de desemprego, mas não: São muitas as pessoas que conhecem o desemprego, mas são muitos os que entram no mercado de trabalho, mesmo que com contratos precários, ou em regime de trabalho temporário. A rotação está cada vez maior e mais rápida, daí o aumento de sindicalizados, que automaticamente passam ao desemprego.
E certamente a CGTP está a fazer um esforço enorme para aumentar os seus filiados, talvez a pensar em voos políticos mais altos para o seu secretário geral; o que não acontece na UGT.
CC
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