Quarta-feira, 28 de Janeiro de 2004
ESTRANHA NOITE - SOPHIA MELLO BREYNER ANDRESSEN
Estranha noite velada, Sem estrelas e sem lua. Em cuja bruma recua Fantasma de si mesma cada imagem Jaz em ruínas a paisagem, A dissolução habita cada linha. Enorme, lenta e vaga A noite ferozmente apaga Tudo quanto eu era e quanto eu tinha E mais silenciosa do que um lago, Sobre a agonia desse mundo vago, A morte dança E em seu redor tudo recua Sem força e sem esperança. Tudo o que era certo se dissolve; O mar e praia tudo se resolve Na mesma solidão eterna e nua. Sophia de Mello Breyner Andresen
Dava uma bela peça musical, fora ela composta por um Alain Oulman,e cantado pela Amália. Belo poema! Adoro Sophia! Nota-Chamo sua atençao para o meu blog,onde inclui uma análise antropológica sobre o uso dos charutos...será um prazer tê-lo como leitor, já que no seu blog tb se fala dos "puros"...
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