JÁ OUVI DESCULPAS MELHORES....
Em :
Portugal Diário (via:
O JUMENTO)
Santana diz que não errou na casa do Eça 07-03-2004 16:03 Tatiana Alegria
Apesar do hotel comprado nada ter que ver com o citado pelo escritor Pedro Santana Lopes comprou o edifício que queria para instalar a futura Casa Eça de Queirós, insistiu um assessor do presidente da Câmara de Lisboa ao PortugalDiário este domingo. A autarquia reagia à notícia do Diário de Notícias, este domingo, que avança que Santana terá feito confusão entre dois hotéis com o mesmo nome. O edifício comprado pela Câmara na Rua do Alecrim, onde funcionou há alguns anos um hotel Bragança, nada tem que ver com o Hotel Braganza, da antiga Rua do Ferragial de Cima, hoje Rua Vítor Cordon, citado por Eça no romance "Os Maias". «A Câmara quis que a casa do escritor fosse na baixa, zona a que Eça de Queirós sempre esteve ligado. Pedro Santana Lopes nunca disse que tinha escolhido o hotel por este ter sido citado pelo autor no romance "Os Maias"», esclareceu o assessor do autarca ao PortugalDiário. Com base em documentos históricos e bibliográficos, o DN descobriu que o Hotel Braganza, frequentado pelo escritor, era outro. Num capítulo do livro "Grandes Hotéis de Portugal" (edições Inapa), António Valdemar, membro da Academia Nacional de Belas Artes, faz uma história pormenorizada do verdadeiro edifício onde durante décadas funcionou o Hotel Braganza. Nele evoca, segundo avança o DN, os hóspedes ilustres que por ali passaram e as célebres reuniões do grupo dos "Vencidos da Vida", do qual fazia parte Eça de Queirós, que no romance "Os Maias" e noutros textos seus se pronuncia em termos que não deixam margem para dúvida. O erro da Câmara Municipal de Lisboa poderá ter sido motivado pelas alusões ao hotel da Rua do Alecrim, feitas por José Saramago no seu livro "O Ano da Morte de Ricardo Reis". No entanto, a Câmara rejeita qualquer erro, porque nunca justificou a aquisição do edifício por este estar intimamente ligado ao autor. O PortugalDiário confirmou que a Casa Eça de Queirós vai mesmo instalar-se na Rua do Alecrim. Será um espaço reservado à reunião do Círculo Eça de Queirós, bem como um local para guardar o espólio do escritor e realizar colóquios. Já o antigo Braganza, situado na Rua Vítor Cordon, vai dar lugar em breve a um hotel de charme. O DN descobriu que o edifício é propriedade da Fundação D. Manuel II, desde a década de 30 do século passado.