Fumo dois charutos por semana. Nunca ao pé dos outros.Não gosto que fumem ao pé de mim.Mas acho uma perfeita cretinice o que se passava nos Estados Unidos e agora na Irlanda, com uma verdadeira perseguição fundamentalista aos fumadores. São iguaizinhos aos taliban!Se há interessados nisso, porque proibir a existência de espaços para fumadores?E noutras áreas, já cá há seguidores: desde um imbecil que é deputado que quer por decreto (!) diminuir o sal na comida (e não é 1º de Abril!), até uma DECO que exige que os ingredientes dos doces sejam definidos por legislação (também não é 1º de Abril)!Esclarecimento:Não estou a defender (antes pelo contrário) que se fume livremente em qualquer lugar, estou é contra proibições totais, como se passa nos dois países indicados!
De zeze a 14 de Abril de 2004 às 23:23
é uma questão de tempo, até que a civilização chegue.
De
NunoP a 2 de Abril de 2004 às 17:07
Concordo totalmente consigo João, mas volto a frisar que a lei irlandesa prevê espaços próprios para o fumo. É proibido o fumo é em recintos fechados de acesso geral. Não me escandalizaria nada que passassem a existir "Clubes de Fumo", ou seja, bares e restaurantes específicos para fumadores ou para quem não se importa de levar com o fumo.
Agora compreendam que nós não fumadores também devemos ter o direito de não levar com o fumo dos outros...
A liberdade de uns acaba onde começa a liberdade dos outros e para lidar com as zonas de conflito é necessário compreensão e tolerância. Os direitos dos fumadores não são nem mais nem menos importantes que os dos não fumadores, pelo que têm que ser encontradas soluções de consenso.
Caro João Carvalho Fernandes, eu sei que não falou no caso Português mas falei eu porque é aquele que me interessa. Vejo, em vários locais ( televisão, jornais, blogs, etc.), a indignação com as medidas extremas que são tomadas nos EUA e na Irlanda um pouco como uma forma de desviar o assunto do nosso país onde a situação está no outro extremo. O mesmo se aplica em muitos outros campos da nossa sociedade em que depressa nos indignamos ou agimos com algo que está a acontecer num sítio que nos é totalmente estranho, como ter tropas no Kosovo, quando há problemas urgentes na nossa casa. É a situação em Portugal que me interessa e não na distante (para mim) Irlanda. PS: nos EUA não há uma proibição total ao nível do país, apenas ao nível de certas cidades.
Por mim, é onde não for possível separação, é proibido! O que é bem diferente de proibição indiscriminada!
De BIS a 2 de Abril de 2004 às 14:19
então deparamo-nos com uma dificuldade prática: dividir zonas f/nf. num restaurante, é possível; num bar, difícil; numa faculdade, impossível. Soluções à vista?
Já agora, aproveito o tema para pedir que não fumem quando visitarem o meu blog.
Tenho imensos comentários cheios de fumo e até já encontrei beatas nos links!
:-)
Mas eu falei em Portugal, no que se refere ao tabaco? Eu até disse que não gosto que fumem ao pé de mim (o que aliás também não faço ao pé dos outros...).
Agora não aceito é qualquer das posições fundamentalistas: proibição total ou permissão total de fumar!
Meus caros, quem é que é perseguido neste país: os fumadores ou os não fumadores? Eu não fumo e considero-me perseguido, seja no cais do metro onde se fuma mas é proibido, seja no centro comercial onde almoço e tenho que levar com fumo de alguém que está ao meu lado e deixa o cigarro arder lentamente na sua mão enquanto eu como, seja num simples jantar de natal de empresa onde chego a casa como se tivesse passado a noite num bar, seja pela minha médica de família que me pergunta, ao olhar para uma radiografia, se eu fumo muito, ou quando andei na faculdade onde o espaço de refeições parecia uma chaminé industrial. Os exemplos de perseguição são intermináveis. Não se trata de proibir o fumo mas sim de proibir que no exercício de uma opção individual se esteja a provocar um mal colectivo. A questão do sal é exactamente igual. Os AVC são uma das principais causas de morte em Portugal. Podia-se começar por simplesmente diminuir o sal no pão. Não alterava o sabor e tinha um efeito benéfico na saúde da população. Quem gosta do sal pode optar pelo sal mas porque é que todos temos de levar com o pão fabricado com doses industriais de sal? Além disso até que ponto o Estado pode ser cúmplice desse exercício das liberdades individuais, como fumar, quando isso representa uma factura enorme no serviço nacional de saúde (e não adiante mencionar o dinheiro que pagam em impostos os fumadores porque os custos a longo prazo no sistema de saúde são incalculáveis. Quem é que são os fundamentalistas?
De
P a 2 de Abril de 2004 às 03:09
É muito perigoso perseguir os fumadores como perseguir qualquer grupo. Nunca fumei, sou asmático e faz-me imensamente mal o fumo alheio - embora me sinta inebriado pelo aroma de certos tabacos, que a minha ignorância é incapaz de identificar. De qualquer modo, é uma das muitas subtis (ou menos) formas de domesticação do nosso tempo essa de punir e impedir os fumadores. Sou pelo "apartheid" neste caso: zonas para fumadores e para não fumadores... Mas permitindo-lhes que dêem largas em alguns espaços não a um vício, mas a um prazer... Começamos a proibir o tabaco, amanhã que se seguirá?
Os proselitismos, se quisermos, os fundamentalismos, voltaram a estar na moda...
um abraço,
Francisco Nunes
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