De vez em quando, chegam-nos notícias daquela parcela longínqua do território português, onde se vive o socialismo à boliviana, com um peso extraordinário do Estado, uma Função Pública da qual depende cerca de metade da população e que até tem nacionalizações sob a capa pseudo-legal de expropriações!Foi o caso deste artigo ontem no
Público, que relata a acção de pessoas que foram expoliadas por acção de Alberto João Jardim e que continuam a lutar por todos os meios contra o roubo de que foram vítimas.(
sublinhados de minha responsabilidade)
Expropriados da Fábrica Hinton Estragam Inauguração de Jardim Terça-feira, 28 de Setembro de 2004 Agentes da PSP detiveram dois herdeiros que contestavam expropriação do engenho prostrando-se no chão à entradaA inauguração de um jardim público, no quarteirão onde estava instalada a Fábrica do Hinton, foi ontem marcada pelo protesto de dois representantes dos ex-proprietários daquele antigo engenho de cana de açúcar. Antes do presidente do governo regional, Alberto João Jardim, chegar ao local, no Funchal, para inaugurar o parque público, Isabel e Eduardo Welsh prostraram-se no chão à entrada, em gesto de protesto pela expropriação, cuja nulidade requereram ao Tribunal Administrativo do Funchal e a instâncias da União Europeia. "Não às ilegalidades"e "não aos abusos do poder", proclamavam os dois contestários que, enquanto eram detidos por agentes da PSP para posterior identificação na esquadra, denunciavam que "na Madeira vivemos numa ditadura". A expropriação, sustentam, "baseou-se no Plano de Urbanização da Ribeira de Santa Luzia, declarado nulo pelos tribunais, e contradiz o Plano Director do Funchal". Além disso, frisam, "o governo não tem competência para expropriar, declarando a zona de utilidade pública urgente, quando neste caso não há urgência nenhuma. Isto é política à africana, Mugabe no seu melhor", dizem ainda, contra a "declaração de guerra" feita por Jardim aos grupos económicos ingleses. Dizendo-se indiferente às "garotices de pseudo-ambientalistas", o governante inaugurou o novo equipamento do Funchal e disse que "nestes terrenos há um passado triste para muitas gerações do nosso povo". Num comício partidário, na passada terça-feira, Jardim justificou a demolição da fábrica considerando que "os prédios do antigo engenho eram uma monstruosidade" Construído em plena era industrial, aquela fábrica do Torreão aproveitou as inovações tecnológicas do século XIX, que possibilitavam um novo ciclo de produção em grande escala. Chegou a ter o monopólio fabrico do açúcar, assumindo uma papel de relevo na expansão desta indústria numa época florescente para a economia regional. A fábrica era considerada uma "jóia da arqueologia industrial", tendo a sua preservação e reutilização como espaço cultural sido defendida pela Associação de Arqueologia e Defesa do Património da Madeira e pela Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial.