Domingo, 27 de Novembro de 2005
FRONTEIRA - MIGUEL TORGA
De um lado terra, doutro lado terra;De um lado gente; doutro lado gente;Lados e filhos desta mesma serra,O mesmo céu os olha e os consente.O mesmo beijo aqui; o mesmo beijo além;Uivos iguais de cão ou de alcateia.E a mesma lua lírica que vemCorar meadas de uma velha teia.Mas uma força que não tem razão,Que não tem olhos, que não tem sentido,Passa e reparte o coraçãoDo mais pequeno tojo adormecido.Miguel Torga