Adoro ler actas dos plenários da Assembleia da República. São muito educativas. Como o do dia 28 de Abril de 2000:
Durão Barroso (PSD) — Fala-vos quem julga ter alguma autoridade na matéria e quem deu muito do seu esforço para que aquele país conhecesse finalmente a paz. Se esta, infelizmente, não veio a concretizar-se, nunca esteve tão perto como quando foi prosseguida, com honestidade e determinação, por Portugal.
Não escondo que sempre procurei desenvolver boas relações com o governo angolano internacionalmente reconhecido e reconhecido por Portugal. Não por qualquer proximidade ideológica,…
Risos do CDS-PP.
… que obviamente não existia, mas por entender que era do interesse nacional fazê-lo.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Até foram ao comício do MPLA!
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O Orador: — Se todos esses países, incluindo Angola, se reclamam seguidores dos valores democráticos,…
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Angola?! País democrático?!
O Orador: — … se todos esses países, incluindo Angola, se reclamam multipartidários, se todos esses países reclamam apego a valores democráticos, nada impede — bem pelo contrário — que a relação bilateral deva prestar especial importância a esses aspectos.
Portugal não pode, em nome de uma política de Estado, remeter-se a um silêncio cúmplice perante violações manifestas dos direitos humanos.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — E a matança de Luanda?!
Agora, comparem com as declarações de 20 de Agosto de 2016:
"As pessoas que acham que a missão do Estado português é dizer aos angolanos como é que eles devem ser angolanos, eu acho que estão enganadas", afirmou.
Paulo Portas reiterou que o seu prisma é sempre defender o interesse nacional e de qual deve ser a missão externa do Estado português.
"E portanto, nós bem sabemos que os tempos não são fáceis e precisamente em tempos que são mais difíceis é necessário afirmar os laços de cooperação e o país precisa de construir pontes, não precisa de retóricas de confronto", disse.
QUADRO DE HONRA