Publicado no número 3 da Revista
Nova VagaApesar de existirem alguns blogs portugueses com mais de seis anos, foi há cerca de três que se deu o verdadeiro arranque da difusão no nosso país desta nova forma de comunicação. Datam dessa altura blogs como A Coluna Infame, sobre política ou Janela Indiscreta, na área da cultura. No espaço de cerca de um ano que se seguiu, todos os dias surgiam novos blogs, com nova temáticas, tendo-se formado uma verdadeira comunidade de troca de opiniões e de informação. Mas sempre de forma semi-clandestina, para o público em geral. Havia um ou outro artigo nos jornais, mas a generalidade das pessoas continuava a desconhecer o que era um blog.É nessa altura, que começa a mediatização com o surgimento do Abrupto do político Pacheco Pereira, que com a divulgação que passou a ter na generalidade dos meios de comunicação, tornou os blogs conhecidos de todos aqueles que seguem minimamente a actualidade. Mas apesar dessa divulgação, nota-se que a audiência deste meio nunca cresceu substancialmente, o que desencorajou muitos dospioneiros, assistindo-se nos últimos meses ao encerramento de muitos blogs com dois ou três anos de existência. Mas paralelamente assiste-se à chegada de autores conhecidos, quer da política, quer dos jornais (como por exemplo O Espectro de Constança Cunha e Sá e Vasco Pulido Valente). O que é que isto significa? Será o alargamento da difusão deste meio de comunicação? Acabarão por surgir em Portugal bloggers profissionais, como já ocorreu noutros países? Teremos a resposta, decerto, nos próximos meses
JOÃO CARVALHO FERNANDES_____________________________________
http://abrupto.blogspot.com/_____________________________________
DEZ LEIS DO ABRUPTO SOBRE OS DEBATES NA BLOGOSFERA(Versão 2.0) NOTA INICIAL: As Leis aqui transcritas não são nem Mandamentos, nem Regras, nem Instruções Morais, nem Ordens de Serviço, são Constatações, descrevem o modo como os debates na blogosfera se desenrolam. São genéricas e universais. Como todas as Leis dão origem a Excepções, que são elas próprias outras Leis que regulam as Excepções........................................................
QUARTA LEI DO ABRUPTO : A blogosfera tem horror ao vazio.
NOTA 1: Na blogosfera está sempre a maior parte de cada um, o seu ego, que costuma ocupar um grande espaço. Ainda cabe o Super Ego e o Id. Logo, não há espaço para mais nada.
NOTA 2: A blogosfera é compulsiva. A blogosfera é obsessiva. Pode-se ficar doente de uma longa exposição à blogosfera.
NOTA 3: Os blogues colectivos morrem por implosão, os individuais por cansaço.
NOTA 4: A nota anterior é enganadora. Os blogues nunca morrem, são fechados e abertos logo a seguir com outro nome. Um lugar de um blogue é sempre preenchido por outro do mesmo autor, quando é individual, ou do mesmo tipo quando é colectivo.
NOTA 5: Quando um blogue deixou de ter sucesso na opinião do seu autor, é morto por ele e aberto outro logo a seguir. O objectivo da morte anunciada é dar oportunidade ao seu autor de ler as necrologias em vida e saber a falta que faz. As necrologias em vida funcionam como massagem do ego.
NOTA 6: Separações, zangas, divórcios, saídas intempestivas, infidelidades, traições, violações da "lealdade orgânica", seguem nos blogues as mesmas regras das bandas de música rock. Faz-se fama em conjunto, quer-se logo fazer um disco a solo.________________________________________
http://o-espectro.blogspot.com/________________________________________
UMA "SANTANETE" A hipotética "dra." Clara Ferreira Alves (chegou com dificuldade ao actual 12º ano), crítica literária que leu (jura ela) "os clássicos", especialista do último escritor inglês com quem almoçou, autora de um romance anunciado em 1984 e nunca até agora publicado, dona de uma coluna ilegível (e bem escondida) na "revista" do Expresso, foi um dia arvorada directora da "Casa-Museu Fernando Pessoa" pela conhecida irresponsabilidade de Pedro Santana Lopes, de quem ela tinha sido uma entusiástica partidária. Daí em diante, a importantíssima Ferreira Alves e o "Pedro", como ela dizia, ficaram muito amigos. Tão amigos que a "dra." Clara apareceu um dia presuntiva directora do "Diário de Notícias", coisa que me levou a sair antes que ela entrasse. Felizmente, não entrou, porque teve medo de cair na rua entre o "Expresso" e o DN, com a reputação de uma "santanete" obediente. Agora, morto o seu patrono, não perde uma para o maltratar, supondo que demonstra "independência". Ontem, a propósito de um "Audi", que o homem comprou, despejou em cima da cabeça dele todo o lixo do mundo. Santana não aprendeu que a certa espécie de pessoas não se fazem favores.Se a "dra." Clara me quiser responder, sugiro que me responda em inglês e não meta na conversa a sua célebre descrição do pôr-do-sol no Cairo. Muito obrigado.
vpv (Vasco Pulido Valente)